terça-feira, 22 de março de 2011

Quando conversamos sozinhos...

Posso dizer que esse texto nasceu há 2 anos atrás. Lembro como se fosse hoje o dia que idealizei. Ao contrário de muitos esse eu nunca esqueci. Muitas vezes lamento essa minha indisciplina pra escrever e até mesmo o medo que tenho de jogar com as palavras. Enfim, isso já expliquei... traumas de uma alfabetização prejudicada... Enfim, vamos ao texto!

Quando conversamos sozinhos...

Era meio da tarde estava eu sentado num boteco que jamais tinha sentando em minha vida. Era São Luis do Maranhão, centro histórico, esperando o tambor de crioula e minha primeira visita por lá. Diga-se de passagem muitas primeiras vezes estava terminando ali... Era última tarde da minha viagem de jeri-delta do parnaíba-lençóis maranhenses, minha 1a viagem sozinho, a 1a vez que nessa viagem me propus beber sozinho. Sem dúvida estava sentindo sensações únicas, pois a viagem foi um enfrentamento ao que minha vida tinha virado, a tristeza que tomava conta e a hipotência de perdas pessoais. Sentia ali uma mistura de alívio, com compreensão e motivação. Sabia que ali era meu último dia daquela vida que tinha acabado de superar.

Comer e beber sozinho já tinha feito algumas vezes, pois moro sozinho desde os 16 anos... Sendo assim teria sido mais triste se nunca tivesse feito isso do que faze-lo. Mas muitas vezes fazemos coisas sem perceber que está em nosso redor. Nossa percepção é parte dos nossos interesses. Ouvimos o que queremos em algumas frases, interpretamos fatos conforme nosso interesse e assim uma gama de coisas. Estando sozinho não é diferente.

Naquele dia estava mais feliz que triste, mas havia tristeza e forte. Entre as tristezas estar sozinho era uma delas. Nunca tinha sido em minha vida, mas ali era. E era pelo fato de estar feliz, ter feito uma viagem maravilhosa e tanta coisa pra contar. A vontade de conversar era grande. Ao mesmo tempo essa angústia virou reflexão e por horas pensei. Foi bom!

Contudo, cansei e não aguentava mais pensar. O tambor de crioula estava longe de começar e o sol começava a baixar. O bar antes deserto passou a encher. Minha mesa que eram duas com 6 cadeiras, já tinha virado uma e restava somente a minha cadeira. Tinha de tudo, de turistas, a moradores e trabalhadores do comércio informal.

De repente começo a prestar atenção no que estou pensando... Parece esquisito, mas não é. Muitas vezes pensamos sem prestar atenção no que é. Foi quando percebi que estava conversando com a mesa do lado. Não era uma conversa de palavras, pois nem a cara das pessoas tinha visto ainda, muito menos aberto a boca. Estava eu escutando a conversa e interagindo na minha cabeça sobre que a pessoa falava. Ou seja, ela contava uma história e eu me perguntava como tinha sido, que não deveria ter feito isso, que legal esse lugar... e por assim foi. Descobri ali que conversamos sozinhos.

Passei a pensar do tanto de conversas no metrô de São Paulo, em restaurantes, em ônibus na época de UNE e em todos os lugares que estive sozinho em que participei. Em umas devo até aprendido algo. Desde então percebi que sempre fazemos isso. Naquele momento minha percepção estava voltada pra minha vontade de conversar, de não estar sozinho e meu interesse fez com que a conversa dos outros tornasse minha conversa. Fiquei no bar durante algumas horas nessa conversa solitária e por horas me divertindo muito. Alguns vão me acusar de intromissão, mas para esses eu digo que não era. Digo isso pelo fato de não querer saber da conversa pra fazer fofoca ou por algum interesse naquilo... ainda mais pq não imagino quem sejam essas pessoas. E para esses ainda afirmo, todos nós fazemos isso, mas nunca prestamos atenção.

Na primeira versão desse texto queria narrar esse evento, mas minha memória não me permite mais. Contudo, sempre quis escrever sobre isso e hoje me veio a lembrança.

Foi um dia esquisito hoje. Um daqueles dias meio depressivos e reflexivos. Não estava feliz. Como bom gordo fui tentar amenizar isso comendo. ;) Escolha foi o melhor japonês que conheço em Brasília. Chegando lá estava lotado e foi me oferecido o balcão. Apertado e inevitável proximidade das pessoas. Sozinho e aguardando meu pedido comecei novamente a conversar sozinho, não por intenção, quando vi já estava longe na conversa do casal ao lado. Me senti desconfortável e comecei a puxar papo com sushiman. (pra quem não sabe fiz o curso do senac de culinária japonesa e sempre que posso sugo um pouquinho do conhecimento dos sushimans). Ocupado pouco sucesso eu tive.

Foi quando começo a participar de uma conversa na mesa de trás. Um homem, mais ou menos da minha idade, narrando seu estilo pegador, azarador, bem sucedido e desapegado. Falando um monte de senso comum. Simplesmente pensei: prego! Olhei pra ver quem era e estava ele com duas mulheres bonitas, pensei: prego sou eu! rs... Chegando minha comida esqueci da mesa em questão. Pedindo a conta volto a conversar solitariamente com a mesa e a moça está falando mal do garotão. “Impressionante!” Eu pensava, pois as críticas que a menina fazia eram exatamentes as minhas.

Foi quando o garotão voltou a falar, a outra mulher tb e voltou pra essa que o críticava... E as palavras dela me impressionaram mais ainda. Dizia: “vocês não estão me entendendo, hj eu acredito no envolvimento racional e não passional, não me deixar levar por qualquer conversinha é isso. Se fosse passional bastaria um papo bom e um rostinho bonito pra achar que achei meu príncipe encantado. Hoje não, o papo e o rostinho são importantes, mas muito mais é saber se curte um som bacana, se curte fazer coisas parecidas e racionalmente eu vou me envolvendo por aquilo vivido”. Nessa hora eu tive que virar pra ver quem era. Parecia que lia meus pensamentos sobre a conversa deles. Falou quase que as mesmas palavras que eu e que tinha pensando durante toda essa conversa. E pela 1a vez que isso acontece, uma conversa solitária em que alguém diz o que eu gostaria de dizer literalmente.

Levantei pra pagar a conta ainda meio sem acreditar, pensando se meu banzo de hoje não teria fabricado essa conversa na minha mente. Paguei e caminhando até o carro fiquei pensando nisso. Foi quando me veio a cabeça aquela tarde em São Luís, quando comecei a prestar atenção nas conversas solitária e percebi que desta vez eu quaaaaaaaaaase me apaixonei por alguém que conversei solitariamente.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Uma simples caminhada...




Uma simples caminhada...

Nos dias atuais caminhadas não são usuais. E cada vez mais o senso de bom é não caminhar. Não estou falando daquelas com finalidade de exercício físico, estou falando daquelas funcionais. Ir para trabalho e utilizar seus pés como meio de transporte. Em Brasília então... Quase tudo conspira contra a caminhada, menos as paisagens, árvore...

Acontece que caminhar traz uma reflexão, aquele momento que vc se dedica aquela atividade e acaba vivendo ao seu redor, conhecendo locais e marcando visuais. Enfim, as caminhadas são de todo tipo. Sempre que viajo adoro apontar o nariz para um rumo e andar pela cidade desconhecida. São gratas as surpresas. Em Nova York cheguei na estação central e não sabia o que era. A sensação de inesperado torna o local turístico ainda mais interessante. O mesmo aconteceu em Buenos Aires e por aí vai.

Quando morava em Sampa e na Aclimação muitas vezes voltei do PT a pé pela avenida Liberdade. E me marca muito a sensação daquela caminhada. Um centro degradado e um congestionamento sinistro. O senso de velocidade era fenomenal. Simplesmente eu me sentia muito mais veloz que um carro, pois eles estavam em um mega engarrafamento. De que adiantava ter o carro e a pé chegava mais rápido. Me sentia poderoso.

Enfim, cada caminhada vai ser tranformando em uma grande e boa memória. Hoje eu tenho muita sorte de trabalhar perto do meu trampo. Ao mesmo tempo não uso como deveria as caminhadas, mas venho me esforçando. Durante muito tempo foi uma simples caminhada de casa pro trampo. Mas como sempre o simbolico tomou conta desses minutos.

Um belo dia estava jururu com a vida e nesses momentos fico saudoso dos bons momentos. E assim comecei minha caminhada para o trabalho. Eis que passo no prédio da FA na UnB e ali lembro de tantas passagens, do banco da praça, das disputas políticas, das aulas matadas, do CAPOL... bons tempos de início de UnB. Saindo da FA adentro o minhocão norte. Lembrei da minha sala de Antropologia, de Sociologia, FEB... das passagens em sala na greve, das mobilizações da pizza... até que caio no ceubinho e o momento mais marcante foi a assembléia de greve estudantil em 2001. 1300 estudantes e éramos simples dirigentes amadores... Lá reencontro o DCE e de passagem vejo o mural de fotos de nossas gestões em 2002/2003.

Chegando no UDFinho avisto a reitoria, meu atual local de trabalho. Assim que avistei o prédio olhei pra trás e pensei. Essa é a caminhada da minha vida. A minha história é resumida exatamente nesses 15 minutos de caminhada. Se hoje estou na reitoria foi pela militância iniciada na FA e no CAPOL, das salas do Minhocão reabrimos o DCE e de lá é como se pegasse um elevador pra São Paulo, onde fui da UNE e Secretário de Juventude do PT. Sem dúvida, a reconstrução do DCE que me abriu esses caminhos. Passado isso voltei a UnB e agora estou trabalhando na reitoria.

Depois desse dia a caminhada até o trabalho deixou de ser uma simples caminhada e virou um eterno relicário da minha vida.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Esse é meu Destino, porque é a minha Escolha

Esse é meu Destino, porque é a minha Escolha

Essa é mais uma história de amor a primeira vista, contudo essa é diferente das que conhecemos. Além dela ser uma paródia da vida real, ela também vai além das relações que conhecemos. É algo maior e diferente, mas que depende da paixão e do amor. Uma relação da vida concreta e que não necessariamente tenha um final feliz, pois nem toda história de amor foi feita para finais felizes. Ou ainda, esperamos um paraíso e insistimos em não perceber que ele não existe.

Uma história que carrega as contradições e confusões do ser humano. E acima de tudo das escolhas... Afinal, nosso destino é fruto de nossas escolhas, daquilo que fazemos ou deixamos de fazer, daquilo que pensamos ou deixamos de pensar, daquilo que concordamos e não concordamos... Contudo, jamais daquilo que é certo ou errado, pois isso é subjetivo! Nem toda escolha certa é certa pra todo mundo e nem sempre somos obrigados a fazer aquilo que as pessoas dizem que é certo. Transgredir, rebelar são escolhas, boas escolhas. Fundamental é buscar aquilo que te satifaça, te complete e que te faça feliz. Porém, essa busca não pode ser algo alienante, sem reflexão e irreponsável.

O amor talvez seja a maior busca de felicidade que realizamos por toda a vida. Por isso, as coisas que fazemos com a convicção da paixão são as maiores motivações que podemos ter. Não foi diferente com Noel, nosso querido personagem. Ele sempre foi tomado por esse sentimento quase incontrolável de buscar esse amor, contudo essa busca nem sempre depende só de vontade. Triste isso, bom seria que a vida e o amor fosse somente racional. Mas assim é a vida, a história provou que aqueles que acreditava que só a razão era instrumento de satisfação falhou. Por isso, compreender a dinâmica individual e respeitar cada uma delas é o ponto de partida. Assim, visões deterministas de certo e errado naufragam, ainda mais nessas relações de amor.

Desde cedo Noel via aquela garota rondar sua casa. Entrava sem pedir licensa e não tinha hora. E, impressionantemente, encantava todos e todas que a conheciam por ali. Verdade que causava brigas... Teve até gente que apanhou por causa dela, mas não achou ruim. Mas era cedo e Noel não conseguia entender, era quase um amor platônico, ou melhor, um complexo de édipo pós-moderno. Os olhos do menino Noel ficava vidrados com cada passo. Era fácil notar que dali sairia algo especial e que a vida desse pobre menino estaria entregue a esse destino.

Mas logo o que era amor platônico encontrou seu ódio, normal! E a garota apaixonante roubava de sua casa as pessoas que mais gostava por dias, semanas e até meses. Além de não entender sua paixão, Noel era obrigado a se distanciar de pessoas que tanto gostava. Talvez isso seja a origem desse tão grande amor e ódio. Não sei... Isso de fato só Noel poderia responde para gente.

Cansado dessa incomprensão Noel decidiu se apresentar a tal garota. Ainda muito novo, por volta de 9 anos, e tímido pensou várias maneiras de fazer isso, entretanto não conseguia decidir. Pediu ajuda ao seu Pai, que o sugeriu escrever uma carta, imediatamente considerou a ideia genial. Mas decidiu fazer uma carta diferente, uma carta que expressasse justamente aquele encanto que conheceu ainda criança. Pra resgatar esse encanto, buscou a opinião de muita gente e colocou na carta tudo aquilo que escutou. Mas o mais difícil foi entrega-la. Haja coragem!

Com a carta entregue a moça abriu um grande sorriso e disse: “Lindo! Tão novinho e já percebendo coisas tão complexas. Fará sucesso com as garotas”. Novamente nosso personagem foi acometido por uma relação de amor e ódio. Gostou da resposta, ao mesmo tempo não estava pronto pra aquilo.

Com isso, resolveu correr atrás. Não pra já, mas pra conquista-la no futuro. Tornou-se quase uma meta de vida. Queria estar presente em todos os lugares que ela estava, participava até de reunião. Sempre pedia pra sua mãe não deixa-lo de fora. E aí começou o problema.

Mesmo conhecido pela carta, Noel se transformou no “filho da fulana”. Assim que foi chamado desta forma por sua amada percebeu que estava trilhando um caminho errado e novamente foi acometido por aquela estranha sensação de amor e ódio. Queria nunca mais ver aquela garota, mas já tinha feito tanta coisa que tinha tornado quase que um obrigação. Além de ser o “filho da fulana”era quase um dever dele todos agora perguntavam, em tom de brincadeira, quando ele iria casar com ela. Até mesmo a própria incorporou esse tom. Foi terrível!

É importante parar aqui pra explicar uma característica importante de Noel. Nosso amigo parecia que tinha dois pares de asas, um desejo infinito no peito e um lado druida que não se calava. Sua vida era a base da liberdade e qualquer coisa que soasse obrigação ou controle trazia a maior repulsa possível. Fugia disso como diabo foge da cruz. Não se sabe o motivo, mas só sabemos que era assim.

Com isso, acumulava-se duas grandes frustações, sem falar no sentimento de obrigação que Noel acabou incorporando. Sendo assim, decidiu fugir daquilo que parecia ser destino. Ora, teria alguém tão novo um destino traçado? Claro que não, pois nosso destino é feito de escolhas. Quem leu o texto com atenção já sabe disso!

Foram longos anos de fuga, de novos conhecimentos, de novas vivências e experiências. O menino se tornava jovem. Conhecia cada vez mais a vida e carregava aquela história de amor como lição de vida. Estranhamente uma das escolhas de sua vida foi cursar psicologia, pois queria entender essa angústia que continuava a carregar mesmo depois de ter decidido se afastar. A verdade é que aquela garota nunca saiu da cabeça e do desejo de Noel.

Aos poucos, cursando a Universidade, foi percebendo isso. Vivendo novos ares, mudando de cidade e conhecendo as teorias viu que viveu algo forte e que tinha marcado sua vida. Eis que se abriu e buscou novamente aquela garota. Vou cotidianamente tentando reencontrar, mas parecia impossível. Ainda estava com medo, inseguro. Foi quando em sua nova cidade conheceu uma garota igual e de mesmo nome. Era como se fosse o primeiro encontro, Noel se sentiu em suas primeiras lembranças quando aquela moça adetrava sua casa encantando a todos. Não seria um encontro, mas sim um reencontro. Apaixonou-se e entregou-se!

Desta vez não tinha impedimentos, não era novo, não era filho e não era obrigação. Percebeu que ali poderia escrever em outro caderno a história que sempre quis escrever. E assim foi, uma relação intensa que começou num ingênuo primeiro encontro e se consolidou numa relação estável de entrega total. Não tinha nada que atrapalhava. Juntos buscaram corrigir seus erros, conquistavam pessoas mostrando a importância de se construir relações de amor verdadeiras e tiveram muitos bons momentos.

Mas como tudo na vida, nem só de bons momentos viveu essa relação. Muita gente desconfiava de tanta empatia e sintonia, outros simplesmente não concordavam com as ideias que defendiam juntos e ainda entre eles a relação por vezes deu sinal de desgate. Uns mais fortes, outros menos. Nisso foram quase 9 anos de relação incansáveis e de dedicação integral.

Eis que surpresas acontecem na vida, eis que a mãe de Noel falece e tudo começa mudar. Agora nosso amigo teria que voltar a viver, em alguma medida, com sua cidade natal, assumir outras responsabilidades e mudar parte de sua vida. Nessa volta pra sua cidade uma supresa sem tamanho acontece, Noel reencontra seu amor platônico. O que poderia ser um problema tornou-se numa surpresa inacreditável.

Chegando ao velório de sua mãe percebeu que seus dois amores não eram tão distantes assim. Noel jamais esperaria por esse momento e esse acontecimento. Assim que seu antigo amor platônico encontra seu atual amor surge um grande abraço e uma emoção incontrolável entre ambas. Parecia que se conheciam e não fazia pouco tempo. Atônito, Noel percebeu que ambas era idênticas, mesma cara e feição. Não poderia ser, como seria explicável isso?

Imediatamente exigiu uma explicação e foi surpreendido com a seguinte história: Ambas foram levadas pela mãe para duas famílias diferentes, pois a mãe não tinha condições para criar. Eram irmãs gêmeas e foram criadas por família diferente. A mãe, para tentar evitar a separação das duas,entregou ambas as famílias com o mesmo nome, pois assim seria mais fácil das pessoas que as conhecessem fizesse a relação. Contudo, Noel, entregue a decepção e a paixão, foi impossibilitado de perceber isso.

Após o emocionado encontro ambas passaram neste momento a cobrar Noel o fato de não ter as aproximado ou ter realizado o encontro. A cobrança foi enorme e a cada dia que passava aumentava. Ainda sofrido com a perda precoce de sua mãe Noel, que já tinha problema com cobrança, ficou acoado e se esquivava no falecimento de sua mãe para não tentar explicar. A verdade é que não tinha explicação, pois sua primeira desilusão, ainda muito novo, gerou quase um bloqueio que impediu tal reconhecimento. E ao mesmo tempo a paixão com a que encontrou a segunda irmã foi o suficente pra também cegá-lo.

Com todas as dificuldades ele começou cada dia mais se sentir incompreendido e eis que Noel se viu acometido novamente por aquela sensação de amor e ódio. Aquela sensação que tinha ficado esquecida na memória voltou a bater. A cobrança foi o estopim, mas não foram a principal razão. Sem dúvida diante de tantas mudanças, novidades e surpresas ninguém fica normal.

Mas Noel decidiu levar adiante até que as coisas se resolvessem, pois acreditava que o tempo daria jeito. Tinha a mais plena certeza que era só uma questão de momento e que, ao contrário de quanod mais novo, deveria enfrentar essa sensação de amor e ódio. Mas é verdade era que nada era como antes. Nem com o 1o amor e nem com 2o. Algo tinha abalado e não estava como antes. Muito se pensou e nenhuma explicação era suficiente para reverter aquelas necessidade de fuga que Noel carregava. Uns diziam que eram simplesmente cansaço, outros achavam que de fato a situação era incontornável e tinha caso perdido.

Pra mim Noel esteve confuso demais e começou repensar toda sua paixão. De onde vinha, que fez por elas e que tinha aberto mão. Uma coisa era verdade, ele foi apresentado por sua mãe que tinha acabado de partir. Isso certamente o abalou. Mas creio que o que mais o confundiu foi o fato de culpar, em certa medida, ambas paixões o afastamento de sua mãe. Quando mais novo seu 1o amor recorrentemente levava sua mãe para longe e roubava bons momentos de sua convivência. O 2o fez com que ele se entregasse de corpo e alma e roubou boa parte dos momentos que poderia ter vivido com sua mãe. Em meio a tantas explicações Noel não aguentou e simplesmente decidiu tomar a decisão que fazia que aquele momento dolorido, confuso e inexplicável acabasse.

Numa decisão difícil ele decidiu afastar-se das duas. E foi muito cobrado, afinal era o responsável não ter as unido antes, ou seja, era muito responsável. Ao mesmo tempo sofria, pois afastava-se de quase toda história de sua vida dedicada à busca de encontrar esse amor. Sem falar que sua maior confidente não estava mais lá pra o aconselhar.

Foi então que chamou as duas, que tinha o mesmo nome, e disse:

Militância,

"preciso de um tempo pra mim. Assim como da primeira ilusão, que depois de um tempo pra mim, me reencontrei em sua irmã gêmea, creio que me entregando a esse momento egoísta possa encontrar solução para meus conflitos e voltar a encontrar a paixão e entrega que sempre busquei. Mas agora me desculpe, não dou conta, não consigo!
Precisava falar isso, ser sincero. Faz tempo queria dizer, acho que inclusive perdi o tempo e o argumento, mas que pra mim, agora, que vale é a explicação. Eu sei, sei que minha explicação parece inaceitável. Fui eu que quis da primeira vez e sou eu que sonhei da segunda vez. Mas agora preciso fugir. Em toda história é nossa obrigaçao escolher um caminho e ser responsável por ele. Claro, existe consequências! Mas estou disposto a elas.
Não me avalie por essa decisão, sabes que temos uma longa história.
É claro que tanta experiência, vivência e afinidade é bom, mas do contrário a torna pesada e ruim.
E peço muito, Militância, me perdoa. Tenho certeza que vou me resolver! Assim como da primeira vez, não tenho dúvidas que te desejo e que és meu destino, pois é minha escolha."

sábado, 7 de agosto de 2010

impossível não notar

Sempre existe situações que insistem em repetir e que faz impossível não notar!
Hj quero falar sobre nossa geração... a ponta de lança de um pneu etário na pirâmide etária... aquela gordurinha!

Tenho 31 anos, faço 32 em dezembro, e pessoas com minha idade e até 5 anos mais velhas lembram de parte do que vou falar... Quando estávamos no primário as turmas iam até quase o R ou S... no médio era milhões de escolas e as melhores tínhamos que fazer prova... na universidade eram concorrências gigantescas e milhões de cursinhos... sem falar no número de universidade de esquina que surgiram... agora o número de pós, parece praga!

Isso certamente todo mundo notou! Que notei é outra coisa... O prologamento da vida na condição juvenil! 30 anos atrás com 25 no máximo 28 anos, em geral, vc já estava casado e quase com filhos... hj homens e mulheres estão solteiros e solteiras preparando novos desafios na vida.

Vivemos numa sociedade machista e que a proximidade com os 30 anos traz nas mulheres algo inesplicável... Umas nem percebem isso, passam ao largo da luta feminista... quem não casou, ta na beira por forçassão... muitas estão esperando a primeria chance pra fechar o ciclo, basta ser educado... Enfim, essa visão que mulher pode ficar encalhada é uma pressão social inútil.

Sei que Balzac tem uma conotação bem machista... contudo, se usarmos suas palavras no masculino e no feminino veremos que são sensações muito semelhantes, mas expressadas de outra forma.

Um homem de 30 e poucos anos a pressão social busca questionar a masculinidade... Em um mumdo que esses conceitos mudaram bastante e mostram que toda forma de amor vale a pena.

Enfim, o conservadorismo ainda subexiste em nossa sociedade! Mas é cada vez mais normal termos situações jamais pensadas de separação e relação. Acho isso um grande avanço da sociedade em crer no amor vivido e presente, não no forçado e imaginado. baita avanço!

Mas que mais percebo hoje são amigas que militam, que são referencias em determinados debate se tensionando ao chegar aos 30. Das mais variadas formas: das que ainda querem fazer muito, das que acham que já fizeram demais e das que ainda tentam, inconscientemente, se adequar o mundo normal.

Cada vez mais normal homens e mulheres com mais de 30 anos solteiros e solteiras. Isso é notório, ao mesmo tempo que as teses de Balzac se usadas em ambos os sexos são de uma vitalidade ímpar!

Sem dúvida é impossível não notar essa ansiedade, impaciência e velocidade da vida afetiva e não é problema, precisamos a aprender a viver com ela!

Enfim... um texto que começou de um jeito, foi para um lado e terminou quase no hemmisfério norte!

Viagens!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

1o Debate Presidenciáveis!

Esse ano é ano de Copa e Eleições... A Copa não levamos, mas começamos a criar a tradição e nosso ponto de encontro... Nas eleições vamos fortalecer ainda mais o Bar mais vermelho e Brasília, nosso querido Ole Olá!

Venha ver o debate conosco!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Enquanto isso na sala...

É a vida...

Um dia desse tivemos um encontro casual. Eramos 4 pessoas amigas, mas não tão próximas... Queridas demais, mesmo sendo recente boa parte dessa amizade. Uma madrugada divertida e inesperada. Engraçado... Hoje são pessoas tão queridas que uma conjuntura de fatores aproximou, ou melhor, um fator pessoa!

Nessa madrugada muita história rolou, em especial a história de vida de um dos presentes Não, essa pessoa não era egocêntrica pra contar sua história a toa! Foi um desencontro de informações sobre o passado. Dentre esse passado estava justamente Uberlândia, um local a ser lembrado com importância nesse impensável encontro de gerações.

Sim, podemos dizer que tínhamos ali quase 4 gerações, ou 3... Enfim, vidas vividas intensamente, com mais tempo ou menos tempo, mas de maneiras diferentes. A história de vida era justamente do mais velho e talvez por isso todos escutaram com muita atenção.

Pra mim marcou uma passagem... e até hoje penso sobre isso. Penso pelo fato de concordar... e ver isso na vida cotidiana. Já no fim da história nosso contador pergunta a idade de seus espectadores e afirma: - nossa, essa é a melhor idade!

Afirmou isso com uma convicção invejável e a partir disso chegou ao ponto que quero destacar. Em suas explicações deu destaque a vida afetiva, amorosa... e disse que depois de determinada idade nos tornamos menos exigentes. Achei isso fantástico... Realmente como somos exigentes quando mais novos! Exigentes com mundo, conosco e principalmente com nossas relações afetivas. Queremos e imaginamos a mulher perfeita, o homem perfeito, a relação perfeita, o paraíso, sonhos, viagens... E quanto tempo perdemos nisso.

Essa lição ficou registrada e gravada na memória, ao mesmo tempo isso acontecia comecei a perceber que essa exigência muda de jeito, mas não deixa de existir. Como seria isso? Bem, quando somos mais novos a aparência física, o status, a visibilidade, a opinião dos outros contam de maneira substancial pra suas relações. Pode aqui muita gente achar fútil, vazio ou não concordar... Mas isso sempre pesou um pouco.

Mais velho sua exigência muda, ou pelo menos pra maioria! A beleza já não vale tanto, o status pouco importa e outros valores deixam de ser importantes. Cresce a exigência por maturidade, segurança, carinho, confiança... Não estamos mais dispostos a joguinhos amorosos ou chantagens afetivas! Neste caso, as coisas que pareciam ficar menos exigentes tornam-se tão exigente quanto, e arrisco dizer que até mais. Passou aquele desejo de ficar por ficar, não se perde tempo. Aliás, isso talvez seja a pressão que muitas vezes nos força a entrar em determinadas relações. Santa Burrice!

Não vale a pena deixar de ser exigente, apesar de concordar que ela diminua. Vale a pena ser mais paciente, isso sim nos torna mais maduros e preparados. Pra isso creio que adicionar uma dose de racionalidade nas possíveis relações faz bem. Talvez a diminuição da exigência seja simples uso da racionalidade. Como não esperamos mais a princesa encantada que virá numa paixão, começamos a perceber mais a identidade e os valores como afinidade. Transformar a afinidade em desejo é o desafio, pois isso pode até começar com a razão... mas só terá sucesso se tiver desejo!

E nessa viagem de uma madrugada e de uma ideia que achei genial passei a filosofar... aliás sobre essas coisas ando fazendo muito e ontem pensei que até demais. Estou racional demais e tão seguro dessa razão que não estou aberto ao acaso. Analisando tudo no mínimo detalhes... Isso pode até ajudar os amigos e amigas, mas não está me fazendo bem. Acho que ainda estou muito calejado do termino meio traumático de minhas duas maiores relações.

Enfim, resta-me acreditar nessa história e deixar de ser tão exigente!

quinta-feira, 15 de julho de 2010